Mãe Ilza Mukalê

Ilza Rodrigues Pereira dos Santos, a Mãe Ilza Mukalê
 
 
Natural de Ilhéus, é fundadora e conselheira espiritual do Grupo Cultural Dilazenze, fundadora dos grupos afro Axé Odara e Lê–guê depá, colaboradora do projeto social Batukerê, fundadora da SACI (Sociedade Anônima e Cultural de Ilhéus) e presidente de honra da Associação Beneficente e Cultural do Terreiro de Matamba Tombenci Neto.

Mãe Ilza, como é carinhosamente chamada, nasceu no dia 13 de março de 1934, filha de Valentin Afonso Pereira e de Izabel Rodrigues Pereira (D.Roxa) e tem 14 filhos (10 Homens e 04 Mulheres), 32 netos e 15 bisnetos. Mãe Ilza revolucionou o jeito de ser mãe de santo em Ilhéus interagindo com a comunidade, abrindo o seu terreiro para ensaios de blocos afro, afoxés, reuniões de moradores, festas comunitárias, realizações de palestras e debates sobre diversos temas. Mãe Ilza sempre brincou carnaval e participou de inúmeras peças teatrais sob a direção de Pedro Mattos, Luiz Carilo e Mário Gusmão. Sempre gostou de participar da vida cultural da cidade o que, às vezes, não era bem visto pelas mães de santo mais conservadoras. Isso, todavia, nunca incomodou Mãe Ilza que está há mais de 30 anos à frente de um dos  terreiros mais antigos da Bahia: o terreiro Matamba Tombenci Neto, que está já na sua quarta geração. 
 
Mãe Ilza é filha de Matamba (Iansã) e sua dijina é Mukalê. Seu título religioso é Nengua de Nkisi (mãe de santo) e a nação a qual pertence é a de Angola. Tem 63 anos de feitura (realizou suas obrigações aos 12 anos de idade em Salvador com a Nengua Nkisi Kizunguirá, D. Maçú).

O primeiro terreiro da família de Mãe Ilza, Aldeia de Angorô, foi fundado em 1885 por sua avó materna Iyá Tidú (Tiodolina Félix Rodrigues cuja dijina era Condandá) que o dirigiu até 1914.

Entre 1915 e 1941, Euzébio Félix Rodrigues (Tata de Inkissi cuja dijina era Gombé), esteve na direção do terreiro por herança de sua mãe carnal Tiodolina. O terreiro passou assim a se chamar Roxo Mucumbo.

Em 1942 assumiu a liderança do terreiro aquela que viria a ser a mais famosa mãe de santo de Ilhéus, Dona Roxa ou Roxinha, como era carinhosamente chamada pelos amigos (Isabel Félix Rodrigues). Mameto Inkisiana, cuja dijina era Bandanelunga, herdou o trono de seu irmão Euzébio passando o terreiro a se chamar Senhora Santana Tombenci Neto. Seu ministério durou até 1973.

Mãe Ilza representa a quarta geração da família Rodrigues na liderança do terreiro. Assumiu o cargo em 1975 e o terreiro, com ela, passou a se chamar Matamba Tombenci Neto. Mãe Ilza herdou o trono de sua Mãe Dona Roxa e conduz até hoje o terreiro com muita competência, garra, coragem e determinação até quando Zambi (Deus) e os Inkissi (orixás) assim permitirem.

Este ano, o terreiro completará 127 anos.

Um comentário:

  1. As informações sobre a Sumo Sacerdotisa (Mameto de Inkici) estão primorosas, parabéns.
    Meus respeitos e meu Mukuiu a Mãe Ilza Mukalê.

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